Antes de mais nada, observe
sempre o Manual do Proprietário, onde estão discriminadas as dimensões
de pneus adequadas para o seu carro. Em caso de substituição, siga à
risca as medidas descritas, para não comprometer a segurança e evitar
problemas com as autoridades. Qualquer alteração nessas medidas é
possível, desde que criteriosa e bem analisada.
Exemplo de dimensão de um pneu 175/70 R14 86 V
Código do Pneu
175: Corresponde à largura da banda de rodagem do pneu, medida em milímetros. No exemplo apresentado, a largura é de 175 mm.
70: Este número é o
resultado da relação entre a altura da lateral do pneu (flanco) e a
largura da banda de rodagem. Neste caso concreto, a altura do flanco
corresponde a 70% da largura do pneu. Em nível de dirigibilidade, a
menor dimensão da altura do flanco significa maior aderência nas curvas
mas, inevitavelmente, maior desconforto ao volante. E quanto mais alto
for o pneu, pior a dirigibilidade mas maior o conforto.
R: Indica o tipo de construção
interna do pneu, que neste caso (e em praticamente todos os pneus de
automóveis atuais) é do tipo radial; antigamente existiam os pneus
diagonais..
14: Este número corresponde ao
diâmetro, em polegadas, da roda que recebeu o pneu. Neste exemplo, o
diâmetro da roda é de 14
polegadas.
86: Valor que corresponde ao
índice de carga. Cada índice corresponde a uma determinada carga medida
em quilos. Neste caso isolado, para o índice 86 a carga máxima suportada
é de 530 kg. Para saber todas as correspondências que determinam a
carga, observe a tabela abaixo:
V: Esta letra
corresponde à velocidade máxima suportada pelo pneu. Os pneus com a
referência V, por exemplo, não poderão ultrapassar os 240 km/h. Os
índices de velocidade vão desde a letra A até Y, sendo que nos
automóveis atuais, as referência mais usadas, por ordem crescente são:
Os pneus influem em20% do consumo de
combustível do automóvel. Ao escolher pneus novos para seu carro, tenha
em mente que pneus de qualidade e de marcas conhecidas poupam
combustível e reduzem significativamente as emissões de CO2.
Aderência em piso molhado
A aderência em piso molhado é um dos
fatores mais importantes a ser considerado na escolha de pneus novos.
Quanto maior for a classificação de aderência, mais curta será a
distância de frenagem. O Brasil ainda não adotou o programa de
etiquetagem de pneus, como a Europa faz há tempos.
Lá, é possível ter a informação, por
exemplo, que um conjunto de pneus com classificação A (os mais
aderentes), permitem que a distância de frenagem em caso de emergência
(a 80km/h), pode ser até 18 metros mais curta, se compararmos com um
conjunto de pneus com classificação F (menos aderentes), por exemplo.
Ruído
Outra informação usada em pneus
europeus. A escolha de pneus com boa classificação de ruído irá reduzir o
impacto da sua condução sobre o ambiente em volta.
Os níveis de decibéis são medidos numa
escala logarítmica. Por isso, o aumento de apenas alguns decibéis
representa grande diferença nos níveis de ruído. Uma diferença de 3dB
duplica a quantidade de ruído externo que o pneu produz.
Classificação do nível de ruído do pneu, tendo em conta os futuros limites europeus: 1 onda é referente a um pneu silencioso (3dB ou mais abaixo do futuro limite); 2 ondas significa que o pneu tem um ruído moderado (entre o futuro limite europeu e 3dB abaixo); por fim, 3 ondas refere-se a um pneu bastante ruidoso, cujo ruído está acima do futuro limite europeu.
Exemplo de código adicional de um pneu: DOT FU 3H JCT 3206
FU – Código da fábrica onde o pneu foi produzido.
3H – Código relativo à dimensão do pneu.
JCT – Estas três letras fazem parte de um código opcional, podendo ou não aparecer no pneu.
3206 – Semana e ano de fabricação do pneu. Neste caso, foi fabricado na 32ª semana do ano de 2006.
Existe a lenda de que os pneus tem vida
útil limitada a cinco anos, o que não é verdade. Sua durabilidade vai
depender de vários fatores, como condições de uso, armazenamento,
cuidados com calibragem, evitar buracos e guias etc.
Temos que calibrar os pneus a cada 15
dias e o estepe a cada 30 dias. É preciso ter cuidado, pois se o pneu de
seu carro furar e o estepe estiver murcho, você não conseguirá
utilizá-lo. Um estepe murcho é equivalente a um pneu furado.
Deve-se fazer rodízio?
A orientação é fazer o rodízio a cada 10.000km rodados, usando o estepe, para que os pneus tenham aumentada a vida útil.
Deve-se inverter o sentido de rodagem?
Não se deve fazer isso, pois existem pneus com sentido de rodagem
definido, em que o desenho de um lado é diferente do outro. Dessa
maneira, se invertermos um pneu com essas características podemos
prejudicar o seu desempenho em termos de vazão de água, estabilidade e
ruído. Além disso, temos que considerar também o chamado “vício do uso”,
pois o pneu girando em outro sentido pode passar a apresentar
deformações.
Dá para usar pneus com bolhas?
Quando uma bolha aparece no pneu é preciso trocá-lo de imediato, pois
essa bolha pode, ao sofrer outro impacto, estourar, provocando
um acidente. Por isso, cuidado com buracos e ao subir em guias e
calçadas. É esse tipo de impacto que rompe estruturas internas do pneu,
ocasionando as bolhas.
Pneu “careca” deve ser trocado?
Para saber exatamente a hora da troca, basta observarmos o indicador
chamado TWI (Tread Wear Indicator), uma pequena saliência que se
encontra no meio dos sulcos da banda de rodagem, a única parte do pneu
que toca o solo. No momento em que o desgaste do pneu alcança esse
relevo, o pneu encerra a sua vida útil. Em geral, essa durabilidade
varia de acordo com o fabricante e o tipo de pneu. Um pneu pode durar de
30.000 km a 70.000 km rodados, e o que mais influencia nessa diferença é
o tipo de composto utilizado na fabricação da borracha e os cuidados
com calibragem e uso que o motorista tem. É importante lembrar também
que quanto mais rápido e potente for o carro, mais borracha é utilizada
no composto da fabricação do pneu e por razões físicas, maior é o seu
desgaste, podendo muitas vezes não chegar aos 15.000 km.
É preciso realizar sempre a troca dos quatro pneus?
Em situações de desgaste normal, podemos optar pela troca parcial dos
pneus, contanto que ela seja realizada nos dois pneus do mesmo eixo,
para não gerar desequilíbrio entre as rodas e, importante: sempre
priorizando os pneus traseiros. Isso porque, em caso de uma manobra
rápida ou estouro do pneu, podemos tentar controlar as rodas dianteiras
com o volante, diferente do eixo traseiro e, se estiver careca, o carro
poderia derrapar sem controle.
Há problema em usar pneus diferentes?
Há problema sim, mas somente se os pneu diferentes forem usados no mesmo
eixo, pois mesmo com medidas iguais, o tamanho do pneu pode apresentar
pequenas variações de um fabricante para o outro, tanto na altura como
na largura. Porém, se for usada uma marca na frente e outra diferente
atrás – nas medidas corretas- não há problema algum além do estético.
Mas atenção0: essa regra não vale para veículos 4×4.