Há vinte e oito anos, Silvio Santos vem aí acompanhado por um
fiel guardião. Joaquim Ferreira Neto não é famoso como Liminha, Roque ou
Jassa, figuras clássicas do entorno do apresentador, mas divide com
eles a mais estimada confiança. O assistente de sorriso largo e
entonação grave tem a exclusiva responsabilidade de cuidar do microfone
do patrão.
Antes do início da gravação do Troféu Imprensa,
exibido no dia 22 de maio, Joaquim se mantinha a postos à espera pelo
chamado de Silvio. Ele sabe de cor e salteado o ritual. Em instantes,
após terminar de se maquiar, o animador recebe os ajustes finais para
que sua voz inconfundível esteja impecável ao entrar no palco.
O operador de áudio, de 50 anos, já cuidou de todos os microfones do
apresentador. Ele cita cada um dos três e lembra o que levou Silvio a
deixar de lado o tradicional modelo inspirado naquele usado por
Chacrinha e que virou marca registrada.
"Ele já teve aquele antigo, depois passou para o headset e agora está
usando o de lapela. O Silvio achou que tinha que trocar, queria mudar um
pouco, e mandou eu procurar outro tipo de microfone. Ele ficava
incomodado [com o modelo antigo] porque queria mostrar mais o visual das
gravatas. Foi uma opção dele mesmo", conta.
O assistente não
tem do que reclamar de trabalhar com Silvio, a quem se refere como "bom e
tranquilo", e reconhece que ele é bastante exigente. Quando se trata de
sua voz, garante, todo cuidado é pouco. "Ele sempre foi muito exigente e
gosta mesmo é de qualidade de som. Não é volume, é qualidade", afirma.
Se já levou muitas chamadas de atenção? Ele não esconde: "Aaaaah, já! O
som não pode incomodar ele em nada. Tem que estar perfeitinho, bem
limpo. No tempo que está gravando, é aquela tensão. Tem que sair tudo
certinho".
Entrevista de emprego
Antes de começar a trabalhar diretamente com Silvio, Joaquim Neto já
dava expediente no SBT. Até o dia em que passou pela entrevista de
emprego, no entanto, nunca tinha ficado tão perto do apresentador e
apenas o via a distância fazendo a alegria das colegas de auditório no
palco. Depois de passar pelos programas de Hebe Camargo, Gugu Liberato e
"A Praça é Nossa", resolveu tentar a única vaga para ser o operador
do microfone do patrão. A conversa durou quarenta minutos e
aconteceu no antigo Teatro Silvio Santos. Ele conta que ficou sem jeito
logo no primeiro encontro: "Na época, todo mundo me chamava de Joca.
fonte uol
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